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Geraldo Vandré completa 85 anos e há 41 anos seus discos eram recolhidos pela censura

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Geraldo Vandré tinha 33 anos quando compôs Pra não dizer que não Falei das Flores

Geraldo Pedrosa de Araújo Dias é o nome original de batismo do paraibano Geraldo Vandré, ícone da música popular brasileira, que não ganhou o III Festival Internacional da Canção da Globo em setembro de 1968 com composição Pra Não Dizer que não Falei das Flores (Caminhando), mas foi ovacionado no Maracanãzinho enquanto Sabiá (Chico Buarque e Tom Jobim) era vaiada. 11anos depois a censura mandou recolher todos os seus discos com a música, no início de novembro (1979).

Caminhando se tornou um hino de resistência do movimento estudantil que fazia oposição à ditadura durante o Regime Militar e foi censurada. O refrão “Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer” foi erroneamente interpretado pelos militares como uma chamada à luta armada contra os ditadores o que levou a sua perseguição política.

Ainda em 1968, com o AI5 (Ato Institucional 5), Vandré foi obrigado a exilar-se. Depois de passar dias escondido na fazenda de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa viúva do escritor Guimarães Rosa, em Minas Gerais. O compositor partiu para o Chile, Peru e de e, de lá, para a Argélia, Alemanha, Grécia Áustria, Bulgária e França.

Retorno ao Brasil em 1973

Desde a fatídica entrevista concedida no aeroporto, na companhia de oficiais do regime militar, para anunciar o retorno forjado à pátria mãe, a vida e a carreira artística de Geraldo Vandré ganharam contornos mitológicos. Naquele dia 18 de agosto de 1973, o paraibano punha um irrevogável ponto final na trajetória popularizada menos de 10 anos antes, com o sucesso de Disparada.

Em 1973, ano da ditadura Médici, Vandré gravou apresentações para o programa de Flávio Cavalcanti (TV Tupi) e para o Fantástico da TV Globo, mas foram censuradas. Até hoje, vive em São Paulo e compõe, além de ser advogado, sem atuação. Muitos, porém, acreditam que Vandré tenha enlouquecido por causa das torturas que ele teria supostamente sofrido pelo governo militar.

No próximo dia 12 de setembro ele completará 85 anos. Em 08 (oito) décadas e meia de vida são marcadas – especialmente pela liberação das biografias não autorizadas pela Justiça, em junho de 2015 – com o lançamento de dois livros. Vandré: O homem que disse não, de Jorge Fernando dos Santos, escrito a partir de 2013, após um sonho do autor com o artista, de quem é fã desde a adolescência, foi lançado pela Geração Editorial.

Funcionário público aposentado, Geraldo Pedrosa de Araújo Dias – Vandré é a corruptela de Vandregíselo, nome do pai, otorrinolaringologista – mora em um apartamento modesto na Rua Martins Fontes, em São Paulo. “Ele passa boa parte do tempo na casa da irmã, em Teresópolis (RJ). Noutras vezes, se hospeda no Hotel da Aeronáutica, no Rio”, conta o biógrafo Jorge Fernando.

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