Nos Estados Unidos, a agência federal Food and Drug Administration (FDA), órgão equivalente à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) brasileira, autorizou, no último dia 17 de novembro, o primeiro medicamento para retardar a evolução do diabetes tipo 1. A medicação Tzield poderá ser usada em crianças com 8 anos ou mais e em adultos, desde que a doença tenha sido diagnosticada precocemente (sem sintomas).
O remédio que atrasa a evolução do diabetes tipo 1 é um tipo de anticorpo monoclonal produzido pelas farmacêuticas ProventionBio e Sanofi. No mercado, a fórmula, que é administrada por infusão intravenosa, recebe o nome de Tzield (teplizumab-mzwv).
“O potencial do medicamento em atrasar o diagnóstico clínico de diabetes tipo 1 pode proporcionar aos pacientes entre meses a anos sem o fardo da doença”, afirma John Sharretts, do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, em comunicado.
Como funciona o Tzield?
“O Tzield pode desativar as células imunes que atacam as produtoras de insulina [a causa da doença], enquanto aumenta a proporção de células que ajudam a moderar a resposta imune, evitando a destruição de mais células produtoras de insulina”, explica a FDA sobre o mecanismo de atuação do anticorpo monoclonal.
Nos ensaios clínicos, a medicação atrasou a progressão para diabetes tipo 1 em pouco mais de 02 (dois) anos. No entanto, os benefícios do medicamento se prolongaram por mais tempo em alguns pacientes. No momento, ainda não se sabe o porquê.
Entre os efeitos colaterais da medicação observados durante os estudos clínicos, a FDA destaca os três mais comuns: queda na concentração de alguns tipos de glóbulos brancos; erupção cutânea; dor de cabeça.
Por enquanto, a agência de saúde dos EUA somente autorizou o uso do anticorpo monoclonal para pacientes nos estágios iniciais do diabetes tipo 1 em adultos (no máximo no estágio 3) e em crianças a partir dos 8 anos (estágio 2).
O estágio do diabetes pode ser confirmado por exames de sangue que medem biomarcadores da condição no organismo, já que, neste momento, os pacientes ainda não apresentam sintomas e sinais da doença.