Nos últimos meses, a mídia tem noticiado vários casos de pessoas famosas com nebos de 50 anos que desenvolveram câncer de intestino, o câncer colorretal. Uma delas foi a Preta Gil, que tem 48 anos. Mais comum em pessoas com menos de 55 anos, as notícias geram preocupação entre os mais jovens.
Embora não se tenha muitos dados sobre o aumento da incidência desse tipo de câncer entre pessoas dessa faixa etária no Brasil, em um levantamento feito pelo A. C. Camargo Câncer Center, clínica especializada de São Paulo, com 1.167 pacientes, 20% das pessoas que receberam o diagnóstico entre 2008 e 2015 tinham menos de 50 anos. No Brasil, estão previstos 44 mil novos casos desse câncer por ano, segundo Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Dados dos Estados Unidos também mostram um aumento de casos entre os mais jovens. Um estudo publicado pela American Câncer Society (Sociedade Americana do Câncer) estima que em 2023, 153 mil pessoas serão diagnosticadas com câncer colorretal nos Estados Unidos. Destas, cerca de 13% ocorrerão em indivíduos com menos de 50 anos, o que representa um aumento de 9% nos diagnósticos nessa faixa etária de 2020 para cá.
Na Europa, a tendência parece ser a mesma, conforme relatórios. Amostrou que a incidência do câncer colorretal em pessoas mais jovens, incluindo aqueles com menos de 40 anos, aumentou muito no continente entre 1990 e 2016. Os casos desse tipo de câncer têm diminuído entre as pessoas com mais de 50 anos desde 1985, em boa parte do mundo.
CÂNCER DE INTESTINO
Segundo autores de vários estudos, incluindo o da Sociedade Americana do Câncer citado, os cânceres diagnosticados nos mais jovens tendem a ser mais agressivos. O intestino tem cerca de 10 metros de comprimento e se divide entre delgado e grosso. O delgado é responsável pela digestão e absorção dos nutrientes oriundos dos alimentos. É muito raro que uma pessoa desenvolva câncer nessa região.
O intestino grosso, a parte final do tubo digestivo, é dividido e ceco, cólon e reto. É nas 02 (duas) últimas regiões que se desenvolve a maior parte dos tumores de intestino, daí o nome colorretal. Em geral, o câncer nessa região ocorre devido a um crescimento anormal de células presentes na mucosa do intestino, formando os pólipos.
Nem todo pólipo se transforma em câncer, mas por terem potencial de se tornarem lesões cancerígenas com o tempo, costumam ser removidos quando identificados no exame de colonoscopia, que erve tanto para diagnosticar lesões no intestino como para retirar os pólipos e, assim, prevenir o câncer de intestino, que não costuma causar sintomas na fase inicial.
Embora esteja disponível pelo SUS, nem sempre é fácil conseguir marcar o exame, que exige preparo e sedação, mas não internação hospitalar. A espera pode demorar mais de 01 (um) ano, e muitas regiões não contam com colonoscópio (aparelho usado para fazer o exame) ou especialistas, o que torna o acesso pelo SUS praticamente impossível.
(Com informações do Portal Drauzio Varella)
.