Responsável pelo desastre ambiental que matou 19 pessoas (até hoje um corpo continua desaparecido) em Mariana em 2015, a Mineradora Samarco entregou na sexta-feira, 28 de julho, ao Tribunal de Justiça o plano de recuperação judicial. O documento resulta de acordo fechado com os acionistas e parte dos credores financeiros.
Pelo plano, a Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Hilliton, emitirá títulos de dívida para pagar os credores financeiros. Por meio desses papéis, a companhia captará recursos no mercado prometendo devolver o dinheiro com juros. Caberá aos acionistas financiar a reparação do rompimento da Barragem de Fundão,em Mariana, da emissão dos novos títulos de 2024 até o pagamento integral.
A compensação, inclusive os pagamentos à Fundação Renova, entidade responsável pela compensação dos danos, está estimada em mais de US$ 1 bilhão, cerca de R$ 4 bilhões e 735 milhões de reais. Após ficar sem operar de novembro de 2015, quando ocorreu o rompimento da barragem em Mariana, até 2020, a Samarco entrou em recuperação judicial há dois anos.
O plano de recuperação judicial entregue permite a redução da dívida, atualmente em US$ 9,7 bilhões, em torno de R$ 46 bilhões pelo câmbio atual. A proposta será analisada pelo Tribunal de Recuperação Judicial, sem a necessidade de uma assembleia geral de credores.