O medicamento que suprime o apetite é o primeiro injetável aprovado no Brasil para esse fim e deve ser aplicado semanalmente sob supervisão médica. Ele já é comercializado em outros países, como os Estados Unidos, para a mesma finalidade. A semaglutida já foi aprovada pela Anvisa em 2018 para outra função: o tratamento de diabetes tipo 2, por meio do medicamento Ozempic.
Ainda não há data para que o Wegovy chegue ao mercado brasileiro. Isso porque após a aprovação da Anvisa, é necessário aguardar a finalização de outros processos como a definição de preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
A aprovação anunciada em 02/01 é baseada nos resultados de um programa de ensaios clínicos que apontou redução média de 17% de gordura corporal entre pacientes que consumiram o medicamento durante pouco mais de um ano.
Segundo nota da agência, o remédio é indicado “na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, por exemplo, disglicemia (pré-diabetes ou diabetes mellitus tipo 2), hipertensão, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono ou doença cardiovascular”.
COMO A SUBSTÂNCIA FUNCIONA
O medicamento atua sequestrando os níveis de apetite do corpo e imitando um hormônio chamado GLP1, que é liberado após uma refeição farta. Ele sinaliza a sensação de saciedade ao cérebro.
O aval da Anvisa foi baseado em resultados do programa de ensaios clínicos Semaglutide Treatment Effect in People with Obesity (O efeito do tratamento com semaglutida em pessoas com obesidade, em tradução literal), que acompanhou aproximadamente 4.500 adultos com excesso de peso ou obesidade.
Esse estudo revelou que pacientes que usaram Wegovy conseguiram uma perda de peso corporal média de 17% em 68 semanas (aproximadamente 1 ano e meio) contra 2,4% do grupo placebo (substância sem nenhum efeito no corpo). No entanto, os estudos usaram o medicamento como um coadjuvante porque a perda de peso também incluiu aumento de atividades físicas e alimentação adequada.
Após a aprovação da Anvisa, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) divulgou uma nota na qual enfatiza que o tratamento medicamentoso deve ocorrer com acompanhamento que inclui alimentação saudável, prática de atividade física, controle emocional, consulta com endocrinologista e exames sempre que necessário.