A Fundep (Fundação de Desenvolvimento de Pesquisa da UFMG) entregou, no início de dezembro, à Fundação Renova, o laudo pericial ou relatório final dos trabalhos de Mapeamento dos Povos e Comunidades Tradicionais realizados no Território, termo determinado para as cidades de Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado e Ponte Nova (Chopotó-Simplício) que foram atingidas pela lama da Samarco quando rompimento da Barragem de Fundação, da Samarco (Mariana), em 05 de novembro de 2015.
O coordenador do Mapeamento, Professor Aderval Costa Filho, destacou que foram praticamente 02 (dois) anos de pesquisas de campo. Sendo que os trabalhos se estenderam para além daquilo que foi pensado inicialmente, sobretudo em decorrência da complexidade e extensão do campo de investigação, caráter não amostral da pesquisa/mapeamento, tensionamento político do campo, restrições impostas pela pandemia do corona-vírus.
Integram o laudo pericial: breve introdução, apresentação da metodologia de trabalho, histórico de ocupação da região, considerações sobre o desastre da Samarco e seus desdobramentos, caracterização geral das comunidades tradicionais na área de abrangência da pesquisa (pesca artesanal e faiscação/garimpo tradicional como modos de vida), caracterização de cada uma das comunidades e coletivos, subsídios para plano de reparação e recuperação dos modos de vida e considerações finais.
Socialização dos resultados
Nas discussões da Câmara Técnica de Indígenas e Povos e Comunidades Tradicionais – CT IPCT, o tema da entrega do Estudo de Mapeamento tornou-se um impasse. A Fundação Renova alega que, por motivos contratuais, é necessário a realização de uma análise técnica do produto entregue pelo Professor Aderval. Conforme Planejamento Anual 2021 da Fundação (documento datado de 30/09/ 2020) a apresentação do estudo de Mapeamento do componente de tradicionalidade para Faiscadores acontecerá somente em 19/03/2021. Um total de 06 (seis) meses de análise até a entrega dos resultados às comunidades de atingidos do Território.