A obesidade sempre foi considerada um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como de mama, endometriose, intestino grosso e rim, devido ao processo crônico inflamatório que ela desencadeia no organismo, aliada aos níveis elevados de insulina que aumentam o metabolismo e fazem o pâncreas trabalhar muito mais.
“Inflamação é uma cascata de reações bioquímicas no corpo inteiro. O organismo está sempre lutando contra um processo inflamatório que pode possibilitar a proliferação celular”, explica o oncologista Samuel Aguiar Jr., líderdo Centro de Referência de Tumores Colorretais do Hospital A.C Camargo Câncer Center.
Nos últimos meses, foram publicados diversos estudos apontando que a cirurgia bariátrica tem se mostrado uma potencial aliada para reduzir o risco de morte por câncer em quase 35%. Entre eles, um trabalho publicado na revista JAMA (periódico americano médico revisado por pares, publicado 48 vezes por ano pela American Medical Association), que analisou o dado de mais de 30 mil participantes durante 10 anos e constatou que o grupo diminui exponencialmente a probabilidade de ter câncer no futuro.
RISCO MENOR
Na opinião do Oncologista Aguiar, em publicação no Portal Drauzio Varella essa redução drástica de peso nos pacientes com obesidade traz o indivíduo ao seu estado metabólico “normal”, e ele passa a ter um risco igual ao dos indivíduos que estão com IMC abaixo de 25 kg/m². Lembrando que acima desse número o indivíduo é considerado com sobrepeso; IMC entre 30 kg/m² e 35 kg/m² indica obesidade grau 1.
“A cirurgia bariátrica é uma solução para aqueles pacientes que não tiveram sucesso em outras terapias para redução de peso, como uso de medicamentos, por exemplo. Ela tem uma indicação muito precisa, como se estivéssemos apagando um incêndio. Então, esses estudos só chegam para reforçar que, tirando o indivíduo desse estado crônico inflamatório, o risco de câncer por conta da obesidade diminui”, explica.
A grande questão na visão do oncologista é que grande parte das pessoas ainda não tem consciência de como o excesso de peso é prejudicial à saúde. Com a queda no número de fumantes, a tendência é de que a obesidade se torne o fator prevenível maus rlevant3e na gênese do câncer segundo a Sociedade Americana de Oncologia.