A Polícia Civil investiga trote que teria deixado um aluno em coma, em Ouro Preto, cidade da região Central de Minas Gerais, a 82 quilômetros de Ponte Nova. Ayrton sempre quis estudar na tradicional escola de engenharia de Ouro Preto. Para orgulho da mãe, empregada doméstica no Maranhão, ele conquistou a vaga tão sonhada. No começo do ano, foi morar na República Sinagoga, uma das 59 moradias da Universidade de Ouro Preto (UFOP), vários casarões espalhados pelo Centro Histórico da cidade mineira, gerenciados pelos próprios estudantes.
Ayrton Araújo Veras contou que enfrentou, por meses, o que repúblicas de Ouro Preto chamam de “batalha”, período em que os estudantes recém-chegados têm que passar por testes como fazer tarefas da casa e enfrentar desafios para provar que merecem de vez um lugar nos casarões. Ayrton foi aprovado pelos veteranos da Sinagoga, que fizeram uma festa. O rapaz saiu da comemoração em coma. A mãe de Ayrton, Regina Araújo Veras, afirma que o filho foi vítima de um trote durante a festa, sendo obrigado a beber cachaça misturada com óleo. A mãe de Ayrton disse que os médicos também citaram sinais de abuso sexual.
Da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) o estudante Ayrton Araújo Veras precisou ser transferido para a Santa Casa de Ouro Preto. Ele foi intubado e passou internado por 16 dias, sendo 08 (oito) deles na UTI. Quando teve alta, Ayrton trancou a matrícula e voltou para o Maranhão, onde faz tratamento contra as sequelas: crise de ansiedade, queda de cabelo, problema cardíaco e perda de movimento de um pé.