Prefeitos de Rio Doce e Mariana na Inglaterra para ação de mais R$ 33 bilhões

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Os prefeitos Silvério da Luz e Duarte Júnior, unidos em Manchester (Inglaterra).

Começou o julgamento internacional da Tragédia de Mariana que aconteceu em 2015

“A ação de indenização dos atingidos da Barragem do Fundão no Reino Unido não é a nossa melhor opção. É a única opção que temos”. A afirmação é do prefeito de Mariana, Duarte
Júnior (Cidadania), dada 05 (cinco) anos após a ruptura do barramento operado pela Samarco ter matado 19 pessoas no município que administra e devastado a Bacia Hidrográ-fica do Rio Doce, entre Minas Gerais e o mar capixa-ba, atingindo cerca de 700 mil pessoas.
As esperanças do prefeito e de vários que comungam do sentimento de morosidade do Judiciário brasileiro estão voltadas desde o dia 21 de julho para o noroeste da Inglaterra,
com o início do julgamento internacional indenizatório das vítimas no Centro de Justiça de
Manchester. Na ação o escritório anglo-americano-brasileiro PGMBM representará 200 mil atingidos, entre os quais 22 prefeituras, 600 empresas, a Igreja Católica e os índios krenak de Resplendor. Este será o momento mais crítico do processo, pois será dada a palavra da Corte sobre a jurisdição, ou seja, se é um caso que admite julgamento no Reino Unido ou se deverá se restringir apenas ao Brasil. Os advogados do PGMBM chegaram a afirmar que a causa teria um valor de aproximadamente 05 (cinco) bilhões de libras (R$ 33,8 bilhões).

Prefeitos representam atingidos na Inglaterra

Como representantes dos atingidos no julgamento estão presentes em Manchester o prefeito o prefeito de Rio Doce, Silvério da Luz, e o de Mariana, Duarte Júnior.

Os municípios que eles administram são exatamente os 02 (dois) extremos da chamada zona crítica onde se depositaram mais de 30 bilhões dos 40 bilhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro despejados pelo rompimento da barragem e que engloba, ainda, Barra Longa e Santa Cruz do Escalvado.
“Nós dois representamos os municípios no Comitê Interfederativo (CIF) – órgão que reúne entes municipais, estaduais e federais para deliberar sobre indenização, reparação e recuperação –, constituído de 17 membros. Nessa área estão as vítimas da parte mais devastada pela lama, as mais desamparadas”, afirma Duarte.
“Não temos voz. O processo quase prescreveu. Os auxílios quase foram sus-pensos. A Justiça não anda, não indeniza, não pune. Como esperar justiça no Brasil? O que nos resta é que seja feito no Reino Unido.
E o que for ganho aqui (em Manchester), poderá ser abatido tranquilamente do que a Justiça dê no Brasil. E vice e versa, sem nenhum problema”, pontua Silvério da Luz.
Os dois prefeitos estão em Manchester cumprindo o isolamento compulsório de 14 dias
que o Reino Unido impõe a estrangeiros vindos de países como o Brasil, onde ainda não
há controle da COVID-19. Eles esperavam conseguir uma licença para acompanhar todos
os 08 (oito) dias do julgamento.

A maior parte da lama ficou entre Mariana e Rio Doce, no lago
de Candonga.
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