Câncer de mama é uma doença que atingiu mais de 2,3 milhões de mulheres no mundo todo só no ano passado, com o maior índice de mortes, mas com alta chance de cura quando descoberto precocemente. Desde o dia 1º de outubro, o Ministério da Saúde reforça o alerta para prevenção ao câncer de mama. A campanha do Outubro Rosa, tradicional mês de conscientização sobre a doença, começou com um webnário do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Câncer de mama é uma doença que está bastante presente na sociedade. E, por isso, é muito estudado no meio científico, com tratamentos altamente eficientes. “Por isso, não é preciso ter medo do diagnóstico, pois não é uma sentença de morte”, destacou o mastologista Marcelo Bello, diretor do Hospital de Câncer III (São Paulo), especializado no tratamento do câncer de mama.
No Brasil, em 2020, cerca de 08 (oito) mil casos de câncer de mama tiveram relação direta com fatores comportamentais como consumo de bebidas alcoólicas, excesso de peso e inatividade física. O número representa 13,1% dos 64 mil casos novos de câncer de mama em mulheres com 30 anos e mais, em todo o país, de acordo com dados do INCA.
O Ministério da Saúde publicou em seu portal oficial o seguinte: em 2018, o estudo retrata que o gasto para tratamento da doença no SUS passou dos R$ 813 milhões. “Fica evidente que ações de prevenção do câncer, em especial, promoção da atividade física, podem ser também extremamente eficazes não somente para diminuir os gastos do SUS em oncologia, como também para tornar a vida das pessoas mais saudável”, disse a responsável pela pesquisa, Maria Eduarda Melo.
Mortalidade provocada pelo câncer de mama
Em 2019, o Brasil registrou 18.068 mortes por câncer de mama, sendo o principal tipo da doença que leva mulheres a óbito. Projeções do INCA até 2030 apontam para a estabilidade das taxas de mortalidade entre 30 e 69 anos. Uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2030 é reduzir em um terço das mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, o câncer.
A Organização das Nações Unidades (ONU) estabelece uma meta de redução de 30% desse tipo de câncer em todo mundo. De acordo com as agências da ONU, muitos países da América Latina e Caribe, por exemplo, têm altos índices de risco de morte por câncer de mama. Esta situação destaca as desigualdades em termos de saúde na região.
A agência da ONU explica que o diagnóstico precoce continua sendo chave para o controle do câncer de mama. Com o tratamento adequado, as chances de cura são altas. Mas se não for descoberto a tempo, muitas vezes o tratamento serve apenas para atrasar o progresso da doença.
No mês de conscientização, a OMS (Organização Mundial de Saúde) lembra a importância de os centros de saúde terem capacidade de fazer o diagnóstico, com exames de imagem, biópsia e serviços de patologia. Já a mamografia é um serviço de alto custo e muitas vezes não está disponível em regiões mais pobres.