Milhões de pessoas sofrem de insônia no Brasil. Se você não tem, provavelmente conhece alguém com dificuldade para dormir. O problema que já era muito comum parece ter sido agravado com a pandemia .Uma pesquisa do Instituto do Sono realizada em 2020 em 24 estados brasileiros mostrou que mais de 55% das pessoas alegaram piora do sono durante o isolamento social. Os principais motivos apontados foram preocupação frequente com a pandemia e maior tempo de exposição às telas de TV, celular e computador.
Quem dorme mal sabe o quanto isso afeta o dia a dia. Piora o humor, a memória, a concentração, dentre várias outras coisas. Por isso, muitas vezes as pessoas buscam, sozinhas, alternativas para dormir melhor, mas a automedicação não é o caminho. Em outubro de 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou no Brasil a venda da melatonina como suplemento alimentar.
Segundo a agência, o uso é destinado para pessoas com idade igual ou maior que 19 anos e dose diária máxima de 0,21 mg. O suplemento também tem algumas contraindicações: grávidas, lactantes, crianças e pessoas envolvidas em atividades que exigem atenção constante não devem tomar.
COMO FUNCIONA A MELATONINA
A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, localizada no cérebro. Sua liberação ocorre à noite e ela ajuda a regular o ritmo circadiano, uma espécie de relógio biológico do organismo.
“Quando não há luz, a retina envia informações para uma região do cérebro, o hipotálamo, que manda uma mensagem até o hipotálamo, fazendo com que a glândula pineal libere melatonina, promovendo o sono”, afirma a Dra. Cláudia Chang, pós-doutora em Endocrinologia e Metabologia pela Universidade São Paulo (USP) e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
“A melatonina é importantíssima para que nós tenhamos esse ritmo vinculado com as 24 horas da Terra, de dormir à noite e estarmos acordados durante o dia. Eu diria que existe uma importante relação entre a presença da melatonina e a nossa facilidade em dormir no período da noite”, afirma a Dra. Márcia Assis, neurologista e vice-presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS).
A especialista destaca que a melatonina não é uma substância que nos faz dormir, mas sim um sinalizador do sono, como se ela desse um aviso ao nosso corpo de que é hora de ir para a cama. “Ela auxilia e corrobora para a gente dormir. Mas ela não é um tratamento para insônia, e esse é o grande problema, porque as pessoas confundem a melatonina com um medicamento para dormir”. (Texto baseado em informações do Portal Drauzio Varella)