Todo mundo conhece alguém que teve um bebê prematuro ou que foi um desses bebês que, por algum motivo, precisaram nascer antes da hora prevista. O nascimento prematuro é algo relativamente comum. Cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuros todos os anos no mundo todo. No Brasil, são 340 mil nascidos antes da hora, o que representa cerca de 12% do total de nascimentos no país a cada ano.
Uma gestação completa varia entre 37 e 42 semanas. O bebê é considerado prematuro quando nasce antes da 37ª semana de gravidez. Mas existem diferentes graus de prematuridade. Veja a classificação definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS): extremamente prematuro: menos de 28 semanas de gestação; muito prematuro: 28 a 32 semanas de gestação; prematuro moderado a tardio: 32 a 37 semanas de gestação. A prematuridade exige uma série de cuidados médicos e pode oferecer alguns riscos à saúde do recém-nascido, que normalmente precisa ficar internado por um período para que possa receber o suporte necessário e ganhar peso. Normalmente, esses bebês apresentam baixo peso, menos de 2,5 kg. Os muito prematuros podem pesar bem menos do que isso. Quanto mais baixa a idade gestacional, menor será o peso do bebê. “Devido ao avanço da tecnologia e da assistência prestada nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais, a sobrevida desses bebês tem aumentado muito nas últimas décadas”, explica a Dra. Maria Regina Bentlin, pediatra neo-natologista e presidente do Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Complicações que levam ao parto prematuro
O parto prematuro, dependendo do momento em que ocorre, pode ser uma situação de risco tanto para o bebê quanto para a gestante. “Mas em algumas situações em que a manutenção da gestação representa mais risco do que benefícios para um dos dois ou para os dois, essa se torna a opção mais segura”, explica a Dra. Larissa Cassiano, ginecologista e obstetra.
Segundo a médica, as principais complicações na gestação que podem levar a um parto prematuro são: infecções; insuficiência istmo cervical (abertura do colo do útero); colo do útero curto; partos prematuros anteriores; ruptura prematura da bolsa; tabagismo; miomas; gravidez de múltiplos; descolamento prematuro da placenta; diabetes gestacional; pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial na gravidez) e alterações clínicas na gestante ou no feto que necessitem de interrupção antes do tempo esperado.
Com o bebê na UTI, a mãe não consegue amamentar no peito, mas é muito importante que a equipe multidisciplinar oriente-a a extrair leite todos os dias, a cada 03 (três) horas aproximadamente, para gerar estímulo e impedir que a produção cesse enquanto o bebê está internado. O leite é fornecido através de sonda. Nos casos em que o leite da mãe não puder ser ofertado, o recém-nascido pode ser alimentado com leite humano disponibilizado pelos bancos de leite.