Retirada do silicone vira tendência: doença autoimune têm influenciado na decisão

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A modelo internacional Gisele Bündchen: antes e depois do silicone

Sinuosos, salientes, fartos ou não, os seios são os órgãos da anatomia feminina mais adequados para narrar a história da civilização e seus humores. Para os povos primitivos africanos eles têm um caráter. Na Renascença, de modo a celebrar a força do leite materno, gênios da pintura os retrataram volumosos. Quando foi necessário protestar, na década de 60, as mulheres tiraram o sutiã para queimar a lingerie, como sinônimo de liberdade.

Agora, os seios fazem parte de um movimento, digamos, de retrocesso – a procura por formatos naturais, tal qual vieram ao mundo. Cresce o número de mulheres que decidem reduzir o volume ou retirar completamente o silicone. Diz o cirurgião Eduardo Kanashiro, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e CEO da Academia da Pele: “há pacientes que optam por retirar a prótese porque não estão satisfeitas com o resultado, outras não se adaptaram e também há aquelas que simplesmente acham que não faz mais sentido”.

Embora a colocação de silicone nas mamas siga popular, o movimento oposto cresce nos consultórios: muita mulher tem decidido retirar as próteses. Segundo o cirurgião plástico Fernando Amato, de São Paulo, uma parte se submete ao explante mamário – nome oficial do procedimento – por questões estéticas. Mas outra parcela enxerga a intervenção como uma maneira de se livrar de problemas como queda de cabelo, insônia, cansaço, dores etc. Isso tudo teria a ver com a síndrome autoimune induzida por adjuvantes, conhecida pela sigla Ásia. “O silicone seria o gatilho para disparar tais sintomas, que são similares aos de doenças autoimunes”, conta Amato. Ele pondera que existem vários relatos sobre melhora após o explante, mas não há estudo definitivo ligando uma coisa e outra. Na dúvida, vale conversar com um especialista.

 

Entenda como é realizado o procedimento para retirar

 01 – Não deve sobrar nada: o objetivo é retirar o implante e a cápsula de tecido que se forma em volta dele. Ela costuma estar bem aderida à caixa torácica. Por isso, a cirurgia é complexa;

02 – A reformulação: após a remoção, há um espaço vazio, que o médico preenche com tecidos localizados ao redor. Para dar volume, ele pode utilizar gordura retirada da própria paciente;

03 – Hora de se recuperar: como no implante, o pós-operatório exige repouso e restrição de movimentos. Mas tende a ser mais dolorido porque a cirurgia mexe com a musculatura da região.

A cirurgia para retirada do silicone pode ser feita pela mesma cicatriz do implante. Há possibilidade de se fazer outro procedimento, a suspensão da mama, retirada do excesso de pele e colocação de gordura de outra parte do corpo da paciente para substituir o lugar do silicone. Médicos dizem, no entanto, que o resultado estético pode ser diferente do imaginado pela paciente, que há mudanças de formato e textura do seio.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), por sua vez, no que parece ser uma leve mudança de postura, admite que esse tipo de aplicação (silicone) precisa ser melhor estudado e, pela primeira vez, divulgará dados de retiradas de implantes. A entidade, porém, reafirma o posicionamento de que esses procedimentos são, em sua maioria, seguros.

Explante de silicone: elas tiraram próteses e se acham mais bonitas
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