Cobertura vacinal no Brasil vai muito mal, principalmente para crianças. Isto é uma enorme tristeza, pois além do Brasil ter milhões de crianças suscetíveis a doenças preveníveis com vacinas, o Programa Nacional de Vacinação (PNI) é reconhecido internacionalmente como um dos programas de saúde mais bem-sucedidos do mundo.
Desde 2015, o Brasil enfrenta uma queda na cobertura vacinal de todas as doenças para as quais existem vacinas. Entre os motivos apontados pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), estão: falta de informação dos profissionais de saúde acerca do calendário vacinal; falta de informação da população; pouca confiança em governantes, instituições e profissionais de saúde; horário limitado de funcionamento dos postos de saúde; desinformação; comunicação falha; e crescimento do movimento contra vacina.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, em julho, que o Brasil está entre os 10 países com maior quantidade de crianças com a vacinação atrasada. O índice de cobertura vacinal é medido pela vacina DPT3, que previne difteria, tétano e coqueluche e exige 03 (três) doses que devem ser aplicadas nos primeiros meses de vida.
De acordo com a OMS, a cobertura vacinal recomendada para as vacinas infantis é de 90% a 95%. Atualmente, 03 (três) em cada 10 crianças brasileiras não receberam as vacinas necessárias, mesmo que a vacinação infantil seja obrigatória pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias, desde 1990.
SARAMPO E POLIOMIELITE
Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação da Organização Mundial da Saúde, como resultado do esforço nacional para acabar com uma doença infantil altamente contagiosa e potencialmente grave, mas para a qual existe vacina. No entanto, em 2018 o vírus voltou a circular no país. Entre 2018 e 2021, houve quase 40 mil casos de sarampo no país, com 40 óbitos.
Outra doença que foi erradicada do país desde a década de 1990 e corre o risco de voltar é a Poliomielite. A pólio é altamente contagiosa e pode se disseminar mesmo que a pessoa com o vírus não apresente sintomas. Foi prorrogada a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022 até o dia 30 de setembro. Cerca de 04 (quatro) milhões de doses foram aplicadas desde o início da mobilização.
Para a campanha contra a poliomielite, o grupo-alvo são as mais de 14,3 milhões de crianças menores de cinco anos de idade, sendo que as crianças menores de 1 ano deverão ser imunizadas conforme a situação vacinal para o esquema primário. As crianças de 01 (um) a 04 (quatro) anos deverão tomar uma dose da Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as 03 (três) doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico. (Com informações do Portal Drauzio Varella)